quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Era uma vez...

...uma cidade onde casinhas de pedra se dispunham harmoniosamente lado a lado, todas elas com florzinhas amarelas nos canteiros e jardins bem arranjados em frente à porta. Em frente às janelas havia varandas que davam para canais onde passavam barcos cheios de pessoas sorridentes. Canais, esses, onde nadavam cisnes imponentes e pequenos patos trapalhões. Aqui e ali podiam ser vistas torres e muralhas abraçados por trepadeiras, bem como cavalos a trote, puxando carruagens, em cima de pontes de pedra.

Podia ser um cenário de um conto de fadas, mas é de Bruges, que falo.

Capital da Flandres, a cidade é conhecida como a "Veneza do Norte", devido aos canais que a atravessam. Bem, eu já estive em Veneza e tenho a dizer que as duas cidades não têm mais nada em comum a não ser meter água por todos os lados. Bruges, nota-se logo, é uma cidade bem mais europeia, ao contrário da cidade italiana, que tem aqueles ares quentes do povo do Mediterrâneo. De quente Bruges não tem nada, de facto... Talvez no Verão seja ligeiramente amena, mas por agora ficam-me gravados na memória o mau feitio do vento e as gotas da chuva inclemente. A menina Bruges já não vai para nova. Há lá muralhas que datam de 1128, ano em que a cidade adquiriu um maior estatuto. E vi também muitas casinhas do século XV, todas elas em melhor estado de conservação do que muitas da Baixa que já foram construídas depois do terramoto.

Enfim, saímos cedo para não perder o comboio. E perdemos, claro. Toca a esperar uma hora pelo segundo, que isto ao fim-de-semana parece que pára o mundo! Mas nós não parámos e lá fomos deliciar-nos com a paisagem, com a companhia uns dos outros, com as waffles cobertas de doce de morango, com o guia turístico (o primeiro belga giro que vimos) e com as toneladas e toneladas de chocolate que se empilhavam nas montras, sim, porque a vista também se alimenta!




Ficámos lá o dia todo e vimos todos os pontos interessantes. Lá por volta das oito corremos para o comboio e fomos a dormir até Bruxelas, depois de prometermos que nada nos ia tirar da cama até às duas da tarde do dia seguinte. Porém, a meio do caminho, precisamente quando conseguíamos avistar o átomo lá ao fundo, recebemos todos uma mensagem no telemóvel: "let's go to Cafe Latino tonight?" E fomos, claro que fomos! E não voltámos a fechar os olhos até lá para as cinco da manhã.

2 comentários:

  1. Ai... que inveja...
    Beijinhos, Catarina Baguinho

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  2. Ai, viajar durante o dia e chegar a casa a pensar que se vai dormir e, pimba! Chega uma msgs que muda tudo! Ai, Erasmus!

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