domingo, 30 de janeiro de 2011

De Lisboa para Bruxelas

Morro de medo de andar de avião. Seis dias antes da viagem, já eu sonhava com turbulências e máscaras de oxigénio a cair do tecto. Por isto (e por outras razões)até deu jeito que a minha mãe tenha resolvido vir comigo.

Foi a tentar não pensar nisso que lá me arrastei para o aeroporto às seis da manhã, depois de dois dias sem ir à cama. Uma dica: se vais de Erasmus, não guardes as malas para a véspera, nem que tenhas exame de Semiologia. Ou então certifica-te de que poderás dormir horas a fio quando chegares ao destino. Antes de embarcar já eu sabia que a minha mãe tinha falado com uma amiga que vive em Bruxelas. Mas não é uma amiga qualquer... É uma amiga que é embaixadora de Angola, pelo que goza de muitos privilégios. Um deles é o motorista que nos iria levar directamente, a mim e à minha mãe, do aeroporto para o hotel. Portanto, o descanso era garantido!

Despedidas, beijinhos e uma choradeira desenfreada! Da minha parte, claro... Foi quando disse adeus ao gato, quando disse adeus ao namorado, quando disse adeus aos dois irmãos (que não são de sangue) e quando disse adeus ao pai.

Lá atravessei o aeroporto e cheguei à porta 26. Fui pela manga e parei em frente à entrada do avião, para me certificar de que entrava com o pé direito. "Está nervosa?", perguntou o Comandante. "Não esteja, que é uma sortuda, até traz aí um coração!" E trazia... Um coração que uns amiguinhos muito queridos me deram e que eu fiz questão de levar ao meu lado durante a viagem. Para a tripulação fiquei conhecida como a menina do coração.

A viagem correu bem. Acalmei definitivamente quando trouxeram a comida. Por pior que seja, há uma magia qualquer em torno da comida do avião. Não sei o que é, mas ela alegra-me! Acho que me distrai dos muitos pés de altitude.

No aeroporto de Bruxelas, lá estava o Sr. João, o motorista, à nossa espera. E depois de uma tarde a dormir, levou-nos para casa da Sra. Embaixadora Amiga da Minha Mãe. Isto de ser embaixador deve ser muito bom, porque temos motoristas, casas grandes e cozinheiras fabulosas que fazem um bolo de chocolate do outro mundo. Ficou o convite para regressar lá a casa quando passar por Bruxelas outra vez. E assim o farei! A cidade merece ser vista em condições e eu só lá estive de passagem - o átomo só o vi ao longe. No dia seguinte apanhei o comboio e fui para Hasselt, uma zona em que, em vez do melódico francês, se ouve uma qualquer língua de cão que eu sou incapaz de descodificar!

3 comentários:

  1. bebé, o francês só é melódico nos filmes... o flamengo tem certas coisas bonitaaaas! mas eu sou supeita, adoro línguas germânicas 8)

    um xi-coração grande

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  2. Vês... Já ficaste conhecida por alguns à conta de moi-même! Motorista? Foda-se! LOL

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  3. xe motorista é classe!

    diverte-te muito!
    vais ver que mais tarde ou mais cedo deixas de escrever aqui, o teu facebook, o teu skype, o teu messenger vão estar sempre abertos, os teus posts vao ser quase todos em inglês, ou francês talvez...

    acima de tudo vais fazer centenas de amigos na vida real mais que essas centenas no facebook :p

    E espero que não te prendas, come as waffles todas e as batatas fritas e os chocolates e a cerveja quente. Erasmus é para ser livre, recuperas a figurinha quando, infelizmente (e vais ver que é assim) voltares a Lisboa!

    Um beijinho e enquanto escreveres vou seguir-te por aqui (As histórias de Erasmus são sempre geniais!)

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