terça-feira, 19 de abril de 2011

Actualizações

OK, sei que não tenho dado notícias aqui no blog, mas a verdade é que, apesar de ser tudo muito giro, tem sido mais do mesmo. Agora que me começo a habituar, a vida não é assim muito diferente de Lisboa… bem, há muito menos stress e chatices, mas a verdade é que também há menos amigos para conversar.

Não me interpretem mal! Eu estou perfeitamente integrada e divirto-me sempre com as pessoas daqui. E não só… Quando precisei tive quem fosse comigo ao médico ver das minhas amígdalas ranhosas, que se inflamam duas vezes por ano, e aqui não foi excepção. Também me emprestaram dinheiro quando dei conta que tinha deixado a carteira em casa na altura de pagar o frango que mais tarde seria o meu jantar. E também me ouviram falar durante horas sobre as minhas dúvidas existenciais em relação ao futuro profissional. Mas falta alguma coisa. Faltam os velhos amigos, as pessoas em quem confio de olhos fechados. Só a título de exemplo, no outro dia houve um rali tascas. Tudo muito bonito, mas eu com muita cerveja preciso de ir muitas vezes à casa de banho. E numa das minhas quinhentas deslocações ao piso superior do bar onde a dita cuja se encontrava, regresso para descobrir que tinham ido para o bar seguinte sem mim. Mais tarde falei com alguns deles e disseram-me que acharam que eu tinha ido para casa… Minha gente, se eu for para casa, aviso! Enfim, o trauma foi grande o suficiente para ficar com medo de apanhar bebedeiras, não saber voltar à residência e não ter um guia! Bem, mas era mais fácil isso acontecer por causa do meu péssimo sentido de orientação do que pela quantidade de álcool ingerida. É que eu sou muito forreta. Para beber duas cervejas, já vou nos seis euros… E a maior parte das vezes uma só já é suficiente para me deixar (mais) vulnerável a ataques de riso.
Dizia eu, antes destas divagações, que tem sido um bocadinho mais do mesmo. Acordo, vou às aulas (normalmente é só uma), almoço pela residência, fico na conversa na cozinha, ouço música, vou ao ginásio, tomo banho, janto e vamos até um bar qualquer. Às vezes vemos filmes. Eu e a Marina, a galega, temos visto Anatomia de Grey. Ela faz-me o favor de ver em inglês com legendas em espanhol, antes via dobrado. Credo. Imagino o episódio das cantorias em espanhol. “Glee meets Grey: Spanish Version - una experiencia traumática que nunca olvidará”. Agora, que tem estado calor vamos almoçar ao parque muitas vezes. Vamos de bicicleta. Primeiro compramos entrecosto já grelhado no mercado, uns pacotes de batatas, cerveja, sumos e lá vamos nós. Está sempre cheio de gente sedenta de Sol! E não há cocó de cão. Isto acontece às Terças, porque é quando o mercado está aberto. Às Sextas também está, mas estamos a dormir porque Quinta-feira é noite de Versuz, a discoteca cá do sítio. Lá está, vamos sempre aos mesmos sítios. Acho que as coisas que mais me fazem falta é um jantar fora, um cinema, umas lojas abertas depois das seis da tarde… Mas por um lado, ainda bem que não estão abertas. Se fecham tão cedo e já é o que é, se fechassem tarde era uma desgraça. Vou precisar de um truque de magia para levar as coisas para Lisboa, quando isto acabar. A roupa tem-se multiplicado no meu armário e há quem julgue que ando a fazer criação. Mas há duas H&M num espaço de dez minutos  a pé. E uma Zara. E uma loja de sapatos com coisas giríssimas e não muito caras. Enfim, este é um problema que trouxe de Lisboa e que vou sempre levar comigo, para onde quer que vá.
Mas ora bem, planos para sair desta rotina, que, apesar de ser agradável, não deixa de ser, lá está, rotineira: o namorado vem cá seis dias, aproveitar as férias da Páscoa, minhas e dele! Yay! De certeza que vou dar uns passeios por Bruxelas e Bruges, na próxima semana. Depois, logo em seguida, Amesterdão! Vem aí época festiva na Holanda  e parece que é diversão a não perder. E depois recomeçam as aulas... Mas eu às vezes juro que me esqueço de que estou de férias… Para mim é como se elas já tivessem começado em Janeiro, desde que vim para aqui. É, a vida de Erasmus é muito complicada!


PS: Obrigada por me espicaçar, caro Anónimo do comentário ao post anterior!

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